Tic tac, tic tac...
Trimm, trimm...
O som do despertador entra violentamente no sono de Antonio, e lentamente abre os olhos observando as manchas que estão no teto do seu quarto. Não sabendo onde esta, parece que a cama estava invertida, e lentamente à realidade vai lhe chegando a sua memória. Antonio despertou pensativo dos momentos em que não lembrava há anos, e em um momento uma voz misteriosa veio em sua mente então abriu a janela do quarto para verificar melhor àquela voz de criança, e verificou o tempo que estava todo acinzentado, assustado reuniu algumas coisas na mala de viagem e jogou no banco de trás do carro embarcando pensativo sobre o passado que o incomodava há anos.
Trimm, trimm...
O som do despertador entra violentamente no sono de Antonio, e lentamente abre os olhos observando as manchas que estão no teto do seu quarto. Não sabendo onde esta, parece que a cama estava invertida, e lentamente à realidade vai lhe chegando a sua memória. Antonio despertou pensativo dos momentos em que não lembrava há anos, e em um momento uma voz misteriosa veio em sua mente então abriu a janela do quarto para verificar melhor àquela voz de criança, e verificou o tempo que estava todo acinzentado, assustado reuniu algumas coisas na mala de viagem e jogou no banco de trás do carro embarcando pensativo sobre o passado que o incomodava há anos.
Nas alturas da viagem, ligou o som do carro
e procurou se desligar de tudo que deixava para trás: contas, trabalho, estudo
e ate mesmo pressões da sociedade, e de repente tudo era apenas uma vaga
lembrança e nada estragaria seu bom humor. Aumentou a velocidade e estranhou o
movimento na estrada porque, não havia nenhum carro, e só havia ele, e que naquela
época era comum ver carros, caminhões e motocas para todos os
lados disputando por uma vaga para atravessá-las. Ouvindo suas musicas antigas
prediletas, abaixou o volume e procurou outra
que o motivasse, porque já o estava triste e logo adiante as músicas já não
soavam tão bem aos seus ouvidos, então procurou outra que lhe sinta o que
realmente importa para ficar acomodado e continuar a viagem. Depois de uns bons quilômetros, diminuiu a
velocidade e se dirigiu ao um abrigo para fazer um breve lanche, porque naquela
hora à fome era grande e sua barriga esta murcha como um maracujá velho, após a refeição, ligou o carro e
contínuo a viaje, por que seu destino não tinha fim. Ao percorrer longa
distancia e já estavam noite e frio com muita neblina e com ar condicionado
ligado no quente, pois mesmo com o carro todo fechado, estava realmente muito
frio, e enfim chegou ao local desejado.
Sentiu
momento das saudades onde morou quase toda sua infância, o local estava
transformado em uma cidade, não sendo mais a mesma de antes, e agora estava
deserta que escutava o som do vento cantando desesperadamente na janela do
carro. Parou em uma esquina para atravessar e avistou uma criança de 7 anos de olhos pretos, cabelos crespos e se
trajava todo branco com sua roupa cheia de barros. Antonio resmungou, serei eu
quando criança, não posso acreditar que o passado esta voltando e vou sentir
meus momentos felizes. Antonio resolveu ajudá-lo dando algumas roupas que tinha
na mala de viagem, claro que ficou um pouco grande, mas o importante que o
ajudou. Então a criança olhou fixamente nos olhos e disse em tom
solene: Muito obrigado por ter vindo me libertar e agradeceu o presente.
Aquela frase ecoou na sua mente lembrando-se quando havia levantado de manha e escutado
antes de ir viajar.
Ao se aproximar melhor da cidade onde
morou na infância relembrou dos lugares onde brincava, representava que ele
estava ali ainda criança, em que se juntava em dias de chuva com os amigos para brincar
de se atolar no barro e escorregar na enxurrada sem se preocupar em sujar as
roupas brancas, se juntavam muitas vezes, para inventar jogos ou construir seus
próprios brinquedos eram felizes, sem ter TV a cabo nem dvd, não existia
computador em casa nem internet, mas com certeza tinha muitos amigos, não havia
felicidade maior do que sentar aos domingos nos degrau da casa e jogar conversa
fora, sem falar do velho pé de laranjeira que tínham um balanço feito com corda
e um pedaço de madeira como assento que nos levavam às alturas e nos fazia
viver de forma inocente, viagens imaginárias, agora esquecidas e não retomadas
nos sonhos de adulto.
Antonio entrou em uma rua que parecia o lugar onde se
encontrava a sua casa de antes, restos de angústia e restos de morbidez veio em sua
mente, porque aquele lugar estava abandonados
pelos resquícios de alegria. As insistentes recordações soturnas parecem
flutuar em cada palmo de seu chão pisado por saudades agora ali se respira
supremo abandono e inusitada velhice evanescente e meros sinais de pobreza
veem-se muros borrados aqui e ali, paredes descascadas. O anseio que teve
daquele lugar onde já habituou era de desaparecer o mais rápido possível.
Quisera que não houvesse tais desenganos do lugar, por que eles são forçadas a
desaparecer ate seus próprios habitantes por causa da indiferença das
autoridades responsáveis pela dignidade das cidades. Com um sorriso apagado pelas tristezas
constantes, então nas ruas nascem flores e o lugar se transforma como era. Tudo que nessas ruas foram risos, agora
despencou para lágrimas cansadas, olhares esmaecidos, rostos desfigurados pela
dor. Os olhos de quem por lá mora agora estão alegres e não escondem mais
tormentos e seus dias são de extrema alegria, da qual até a brisa se esconde
espavorida deixando o sol em brasa.
Não deixamos de sonhar de saborear a vida
com a simplicidade da criança que fomos. Dizem que criança tem o coração puro,
por isso são tão felizes; então onde se esconde essa pureza depois que nos
tornamos adultos?
Então pensou, queria voltar à infância e sentir um pouquinho daquela força palpitante, da alegria que nos movia mesmo não tendo brinquedos eletrônicos caros, roupas novas ou casa luxuosa.
Talvez o que nos fazia feliz era a liberdade de realmente poder exercer nossa infância inteiramente, sem sofrer pressões, cobranças ou influências da sociedade. Não éramos problemáticos porque nossos pais não nos davam o que queríamos, mas sim o que eles podiam nos dar, sem se sentirem culpados por isso!
Enfim, as lembranças vão ficando para trás, estamos envelhecendo, e quase que as lembranças também vão se desfazendo, a vida se torna tão corrida e no dia-a-dia nos esquecemos de que a grandeza de viver está na simplicidade dos pequenos gestos, de se sentir bem com nós mesmos cultivando a pureza da criança que um dia fomos. Devíamos ter em mente que apenas nos despedimos do tempo, nunca da vida, nem de realizar os sonhos que sonhamos com a mesma intensidade com que vivemos os momentos mágicos e sublimes de nossa infância.
Então pensou, queria voltar à infância e sentir um pouquinho daquela força palpitante, da alegria que nos movia mesmo não tendo brinquedos eletrônicos caros, roupas novas ou casa luxuosa.
Talvez o que nos fazia feliz era a liberdade de realmente poder exercer nossa infância inteiramente, sem sofrer pressões, cobranças ou influências da sociedade. Não éramos problemáticos porque nossos pais não nos davam o que queríamos, mas sim o que eles podiam nos dar, sem se sentirem culpados por isso!
Enfim, as lembranças vão ficando para trás, estamos envelhecendo, e quase que as lembranças também vão se desfazendo, a vida se torna tão corrida e no dia-a-dia nos esquecemos de que a grandeza de viver está na simplicidade dos pequenos gestos, de se sentir bem com nós mesmos cultivando a pureza da criança que um dia fomos. Devíamos ter em mente que apenas nos despedimos do tempo, nunca da vida, nem de realizar os sonhos que sonhamos com a mesma intensidade com que vivemos os momentos mágicos e sublimes de nossa infância.
De repente
Antonio despertou molhado de suo,r e não sentia as cobertas sobre seu corpo,
apavorado apalpou a cama ao seu redor e estava de cabeça para baixo e esticou o
braço para se arrumar e acertou com força a sua cabeça na cabeceira da cama
gemendo com a dor da batida, e sua mão não alcançava o colchão e esquecera-se
das cobertas que estavam sobre seu corpo, e suas pernas formigavam e isto lhe
causou aflição, pensando estar soterrado ou preso por algo pesado impedindo-o
de se movimentar. Olhou ao redor da escuridão buscando uma luz, um ruído algo
que lhe trouxesse de volta a referência que perdera, esfregou os olhos e aos
poucos voltou a sentir suas pernas e passou a mão pelo pescoço e limpou o suor.
Apavorado empurrou o lençol e o cobertor para a ponta da cama e respirou-se
aliviado e o sonho veio à memória e se esforçou para lembrar e as imagens
voltaram na sua mente. Acordou como se tivesse nascido novamente, a
perfeição do antigo sonho era incomparável a qualquer pesadelo que já tivera
até então, abriu os olhos e viu só o
escuro no quarto abafado, queria dormir novamente e perder os sentidos
completamente ou senti-los mais intensamente era inexplicável.Não queria estar
no quarto por um medo comum, não era aquele medo que sentimos diante de um
perigo, era o medo que sentimos por acordar todos dias.O medo de ter que se
levantar e sentir qualquer tipo de dor, um medo especial e pior que o
verdadeiro medo.
Queria
continuar dormindo, porque assim talvez,pudesse sonhar,e mais
aprofundadamente,fazer parte do irreal que sentia todos os dias. Se revirou na
cama a fim de dormir, mas um pouco.Inútil.O despertador fez barulho e já era impossível dormir.Tinha que
ir trabalhar.
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